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Por Michel Cutait
O cenário otimista do mercado
brasileiro para as indústrias de Varejo e Shopping Centers inspira a busca por
soluções para a expansão e crescimento dos negócios e das operações.
Atualmente, os investimentos já não
se limitam aos tradicionais mecanismos de financiamento, como empréstimos junto
a bancos públicos e privados, ou financiamentos de insumos, equipamentos
e ativos, mediante contratos garantidos por hipoteca, aval e outras formas de garantia.
A demanda do mercado faz as empresas
de Shopping e Varejo buscarem outras formas de alavancagem, ainda não muito
comuns para esses segmentos do mercado, mas já adotados em larga escala por
empresas de outras atividades.
Entre essas formas mais sofisticadas de alavancagem, estão o IPO (Initial Public Offering) que é o evento que marca a primeira venda
de ações de uma empresa no mercado de ações, no caso brasileiro, na BM&FBOVESPA,
cujos resultados tem sido muito positivos, como mostra o exemplo de redes importantes
como Le Lis Blanc, Riachuelo, Arezzo etc.
Outro mecanismo de financiamento é o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) que tem sido
muito usado por Shopping Centers, pelo qual, cedendo seus recebíveis (aluguéis
e outras receitas), e devidamente estruturados e garantidos por cessões
fiduciárias, alienações e outras garantias, transformam esses recebíveis em títulos
de créditos, possibilitando que as empresas beneficiárias obtenham
significativo aporte de recursos financeiros para desenvolver e expandir seus
negócios.
O processo para estruturar um CRI
depende da sinergia de diversos participantes, entre eles empresas de
securitização, custodiantes, instituições financeiras, agências classificadoras de riscos (rating), escritórios de
advocacia e uma expressiva participação dos gestores e executivos das empresas
para que todo o processo seja desenvolvido com rapidez e eficiência.
Também se destaca a possibilidade de constituição de
FIDC (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), que são fundos de
investimentos pelos quais os recursos são adquiridos mediante a distribuição de
cotas, cuja rentabilidade está relacionada à performance dos ativos que fazem
parte do fundo, em outras palavras, o FIDC compra os direitos creditórios de
determinadas empresas, e transforma isso em valor a ser distribuído entre os
cotistas a medida que tais créditos são recuperados.
Esses fundos de investimento são
alternativas muito eficientes para rentabilizar e alavancar a vida financeira de
uma empresa de Varejo, e necessitam de um apoio jurídico e econômico muito
adequado para que seja feito com sucesso.
Outra forma de alavancagem é a
associação da empresa com outras
empresas investidoras, que passam a ser parceiros estratégicos para o negócio,
fomentando o desenvolvimento das atividades com a entrada de capital na
sociedade, e usufruindo dos ganhos e da rentabilidade decorrentes da expansão do
negócio.
Essas associações representam novas formas de investimento a medida
que um novo partner, muitas vezes
acostumado a outros segmentos, passam a atuar de forma muito proativa na
maneira como as empresas de Shopping Centers e varejistas conduzem suas atividades, incrementando a
gestão e otimizando procedimentos internos para favorecer a performance do
negócio, o que se vê com muita freqüência quando esses parceiros investidores são de outros segmentos, como por exemplo o que aconteceu com a Daslu, das marcas adquiridas pela InBrands, e tantas outras.
Essas formas de alavancagem
necessitam de uma assessoria muito abrangente, passando pelo planejamento
estratégico adequado para o montante do investimento, discussões financeiras e
econômicas sobre os negócios, identificação de players com forte atuação nessas operações, além da assessoria
jurídica especializada, exigindo a constituição de instrumentos contratuais
adequados, robustos e seguros, que possam representar o negócio da melhor forma
possível, e funcionando como excelentes expedientes para o desenvolvimento dos
negócios, crescimento das empresas, diversificação das atividades e aumento da
participação no Market Share.
*Com mais de 13 anos de experiência tendo trabalhado para empresas como Sonae Sierra, Eternit, LGR e Westfield Almeida Junior e contribuído com a gestão de cerca de 20 shoppings no Brasil, Michel Cutait é especialista em Shopping Centers. Formado em Direito pela UNESP, fez Mestrado em Marketing pela Curtin University na Austrália e Relações Sociais pela PUC/SP. Também estudou Doutorado em Economia de Consumo na Universidade de Lisboa em Portugal e MBA em Gestão de Shopping na FGV/SP. Atualmente é Diretor e Consultor da MAKE IT WORK, empresa especializada na solução estratégica para negócios de Shopping e Varejo. Além disso é advogado no Brasil e Portugal, escritor, professor e formado em PNL e Teatro/Psicodrama. Está participando do curso de Formação em Mercado de Ações promovido pela BM&FBOVESPA.
Parabéns pelo Artigo. Pois, refere-se a informações estratégicas já utilizadas pelos Shopping, mas direcionado ao público em geral.
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